sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Encontro marcado



Hoje não quis combinar nada contigo. Não te perguntei a que horas nos encontrávamos, nem onde. Hoje decidi tudo sozinha e nem te dei hipótese de argumentar, até porque nem falei contigo. Apenas te enviei um bilhete com uma mensagem: " Hotel Lua Cheia, quarto 109, 23 horas. Estarei à tua espera!"
Sei que ao fazer as coisas desta maneira corro o risco de tu não apareceres, mas nada como um pouco de incerteza para tornar as coisas ainda mais desejáveis. E se bem te conheço não irás faltar a este encontro.
Eu fui mais cedo, espalhei velas por todo o quarto, acendi um incenso e depois foi-me preparar a mim própria.
Ligaram da recepção a avisar que vens a subir, como eu pedi. Eu sabia que vinhas!
Bates à porta, abro-a mas fico escondida atrás desta até tu entrares. Primeiro quero que vejas o quarto e imagines, me imagines. Quando a porta se fecha, viras-te e vês-me. Por cima do corpo apenas trago vestida uma langerie preta completamente transparente, que deixa ver através dela todo o meu corpo. Lanças-me um olhar lascivo de desejo. Vens direito a mim, começas a beijar-me com loucura, como se os meus lábios fossem uma fonte e tu um corpo a precisar urgentemente de água. Passo a mão pelas tuas calças e sinto que não há água nenhuma que apague este fogo. Começo a desapertar-te as calças, tiras a camisola e atiras-a para o chão, continuamos a beijarmo-nos desenfreadamente como se não pudéssemos desperdiçar tempo nenhum, nem para respirar. As tuas calças também já estam no chão. Sinto-te entre as minhas pernas e o facto de me manteres encostada à parede e de tuas mãos percorrerem todo o meu corpo está a deixar-me louca. Penetras-me, entrelaço minhas pernas à tua volta. Agarras meus cabelos, puxas minha cabeça para trás para me morderes o pescoço. Levas-me na direcção da cama, onde te sentas, mas eu empurro teus ombros e tu cais deitado, fico por cima de ti acariciando teu corpo, mas hoje queres ser tu a comandar e fazes-me rodar para baixo de ti. Ali ficamos, a jogar aquele jogo que tanto gostamos. Minhas mãos percorrem tuas costas e depois de saciarmos nossa sede um do outro, ali ficamos, deitados numa cama que não é nossa, abraçados, a conversar e a mimar o outro, até que esses mesmos mimos fazem com que adormeçamos.
Passamos a noite assim, nos braços um do outro, apenas cobertos por um fino lençol. Acordo, olho para ti mas não tenho coragem de te acordar e decido ir tomar um duche. Com o barulho da água a correr nem te senti levantar, e só dou por ti quando entras para baixo do chuveiro, me agarras e sussurras ao meu ouvido:" Vens tomar banho e não me convida? Eu posso ajudar-te!" E começas a esfregar-me as costas, mas rapidamente as tuas mãos fogem das minhas costas para todo o meu corpo. Puxas-me para ti e beijas-me. A temperatura da água mantém-se mas o ambiente está a escaldar. Desejamo-nos ali mesmo com a água a correr sobre nossos corpos. Saiu do duche, tu ainda lá ficas. Visto-me, agarro nas minhas coisas e vou embora. Não gosto de despedidas.
Em cima da cama deixo um papel: "Tem um bom dia. Beijo grande"
Não sei qual foi a tua reacção, mas sei que também não gostas de despedidas.
Se tivéssemos uma relação normal, receberíamos ou enviaríamos mensagens do género: "adorei a noite que passamos juntos". Mas como o que nós temos nem é normal nem é uma relação, a mensagem que eu recebo é: "Temos que repetir! ;)"

1 comentário:

Anónimo disse...

parabens. gosto da maneira como escreves. dá-me ideias engraçadas...