domingo, 24 de fevereiro de 2008

Desejo controlado...


Que palavras devo usar para definir a nossa noite de hoje?
Divertida? Atrevida? Ousada? Ou terá sido mesmo uma loucura?
Alguém marcou um jantar de amigos, daqueles amigos de sempre, dos tempos da escola que apesar de ser muito difícil de juntar quando se juntam parece que o tempo parou.
Foi um jantar muito divertido onde falamos do presente e rimos do passado. Ficaste sentado mesmo à minha frente. Estavas muito falador e deu-me vontade de te distrair. E só para te desconcentrar, descalcei o sapato e comecei a passar o meu pé pela tua perna. Não mexeste nem um músculo do rosto, mas eu sou persistente. Comecei a subir o pé e devagarinho, muito devagarinho cheguei onde queria, onde pode sentir que até podes conseguir controlar os músculos do rosto, mas os outros músculos já se torna mais difícil. Recebi uma mensagem: "temos que conversar. vem atrás de mim" e nesse momento levantaste e vais na direcção da casa de banho. Dou um tempo e também vou, como somos muitos e a conversa está boa ninguém dá por nada, nem se torna suspeito.
Estavas à minha espera com ar muito sério, mas quando chego perto vejo um sorriso a espreitar pelo canto dos teus lábios. Chego mais perto e ai agarras-me pela cintura, puxas-me para ti e beijas-me com intensidade, enrosco minha perna na tua, sinto a minha saia a subir e tua mão a deslizar pela minha perna. Sentimos alguém a aproximar-se e rapidamente nos separamos e fingimos que tamos a lavar as mãos. Lanças-me um olhar malicioso e depois da pessoa passar, dizes baixinho ao meu ouvido "quem brinca com o fogo queima-se", e sais na direcção da mesa. Também eu volto para a mesa.
Depois de um longo jantar pois falou-se mais do que se comeu, decidimos que esta noite não podia acabar aqui e que iríamos todos até um bar perto da praia para esticar um pouco mais a conversa. Comentas que se calhar não havia necessidade de levar os carros todos, e depois olhas para mim e como quem não quer a coisa dizes que se eu quiser não te importas de me levar e que depois ou tu ou alguém me vem trazer. Todos se organizam e tu e eu ficamos para o fim e acabamos por ir sozinhos no teu carro. Como é que isto terá acontecido? Fazes com que o teu carro seja o ultimo a arrancar. Pelo caminho continuo o jogo que tinha começado debaixo da mesa e começo por pôr a mão no teu peito e dou-te um beijo no pescoço ao mesmo tempo que a minha mão vai deslizando para baixo até ao músculo que tu não consegues controlar. sinto a tua mão na minha perna, começas a puxar a minha saia para cima e vais avançando até à minha fonte de calor. Estávamos quase a chegar quando tu começas a fazer pisca e sais da estrada principal, entras por um caminho escuro e deserto e paras o carro. Mal o carro pára agarramos-nos um ao outro e começamos a beijar-nos com loucura, cheios de desejo, as coisas começam a aquecer, mas os nossos telemóveis começam a tocar ao mesmo tempo. Eram os nossos amigos. Pões o carro a trabalhar antes de eu atender, pois tu supostamente estás a conduzir. Estão preocupados por ainda não termos chegado. A melhor resposta que me saiu naquele momento foi:" até parece que não sabes como ele é? Decidiu apanhar um atalho, só que esqueceu-se do caminho, mas já estamos a chegar". Compusemos-nos e seguimos caminho a rirmos da situação, mas a sabermos que tínhamos um assunto para acabar. Quando chegamos todos se começaram a rir e gozar connosco. Nós também riamos, mas por outro motivo que não passava pela cabeça deles. Entramos todos para o bar ainda a rir, e a rir continuamos pois passamos a noite a lembrar o "velhos tempos". A noite já ia longa e os amigos começaram uns de cada vez a ir embora até que ficamos só nós os dois. Os últimos a sair ainda perguntaram se eu queria ir com ele mas tu disseste que não era preciso, já que me tinhas trazido também me levavas e que assim aproveitávamos para conversar mais um pouco. Pois sim. Eu sabia muito bem qual eram as tuas boas intenções. Depois deles saírem viraste-te para mim: "Agora nós! temos um assunto para acabar. Mas não aqui. Vamos!". Agora já podemos lançar um olhar de desejo um ao outro sem correr o risco de sermos apanhados. Está bem que estávamos entre amigos, mas acho que nem eles iam perceber o que se passa entre nós e iam começar logo com ideias. Até porque não se passa nada, os nossos corpos é que gostam de se divertir juntos. Apenas e só, isso. E depois às escondidas ainda tem mais emoção.
Não havia praticamente ninguém na rua. Entramos no carro e começamos a beijar-nos novamente mas desta vez foste tu que paraste.
- Aguentamos a noite toda, também podemos aguentar um pouco mais. Vamos para outro sitio.- Ligaste o carro e começamos a andar. Pelo caminho continuávamos com as caricias e os olhares laxívos, até que paraste o carro e quando olho em frente vejo o mar e a luz da lua a reflectir na agua e a transformar esta em prata.
O nosso desejo já foi mais que espicaçado e nossos corpos precisam de se tocar. Somos atraídos um para o outro como se não fossemos nós a mandar em nossos corpos mas sim eles a mandarem em nós. Beijamos-mos com loucura, tuas não percorrem o meu corpo, minhas mãos encontram o teu músculo rebelde, nossos corpos atraem-se como dois imans ao contrario de nossas roupas que fogem de nós a uma velocidade estonteante. Deitas o meu banco, beijas meus lábios, meu pescoço, meus ombros e nos intervalos dos beijos vais dando leves dentadinhas. E possuídos pelo fogo do desejo que esteve contido dentro de nós toda a noite, nossos corpos fundem-se na ânsia de extravasar todo esse desejo, todo esse fogo. E com a lua e o mar como nossos cúmplices temos uma noite incrível de total sintonia entre nossos corpos que nos leva a fazer loucuras que nunca tínhamos feito.
Quando já exaustos nos deixamos ficar a ver aquela linda paisagem, reparamos que até nossa pele reflecte a luz da lua...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Uma surpresa na noite


Quando te ligo à tarde a perguntar-te se hoje nos vamos poder ver, respondes-me que com muita pena tua não vai dar pois tens de ficar a trabalhar à noite. Mal sabes tu que era isso mesmo que eu queria ouvir. Não que não queira estar contigo, muito pelo contrário, mas hoje quero fazer-te uma surpresa.
Tinha de ter a certeza que estarias sozinho por isso quando fui ter contigo já a noite ia avançada.
Bati à porta, vens abrir e ao ver-me ficas muito surpreendido, e ainda não viste nada. Começamos a beijar-nos e não nos conseguimos largar mais até que começas a desapertar os botões do meu casaco, mas ao pores a mão por dentro deste sentes a minha pele. Nesse momento deixas de me beijar, afastas-te e dizes: " Espera ai que eu tenho de ver isto muito bem". Aí, dás um passo para trás e fazes sinal para eu dar uma voltinha.
O que vês é uma mulher de salto alto, meias de liga, cueca de renda e cortepe, por baixo de um casaco tipo impermeável que dá pelo joelho, tudo isto em preto.
- Que dizes?- pergunto eu.
- Não sei bem!
Agarras-me pela mão, puxas-me para ti: " tenho de ver de mais perto", dizes tu com um sorriso que não engana ninguém. Está cheio de más intenções, mesmo como eu quero.
Eu afasto-te: "A surpresa não é isto. Isto é apenas uma parte". Vou até ao teu PC e coloco lá o CD que trago comigo. Começa a tocar uma música que o ritmo diz tudo. Puxo uma cadeira para o centro, faço-te cair sobre ela, começo a mexer o meu corpo ao ritmo da música. Vou até perto de ti já sem sapatos, coloco uma perna na cadeira entre as tuas pernas e começas a deslizar a meia ao longo da minha perna, troco de perna e fazes o mesmo. Continuo a dançar mas agora dou a volta à cadeira e vou para trás de ti, coloco minhas mãos em teus ombros, beijo-te o pescoço, minhas mãos deslizam pelos botões da tua camisa e um a um vão deixando o teu peito à vista e minhas mãos aproveitam para passear nele. Vou até ao teu lado, e quando tu pensas que vou novamente para a tua frente , passo a perna para o outro lado da cadeira e fico sentada em cima de ti. Beijo-te loucamente, atiras meu casaco para o chão. Tiro-te a camisa e começo a desapertar-te o cinto. Beijas-me o pescoço, os ombros e divertes-te a desapertar-me o corpete. Pegas em mim e levas-me até ao sofá que há no canto da sala. Pelo caminho vão ficando as poucas peças de roupa que ainda nos restavam.
Sentas-te, eu sento-me virada para ti, e no momento em que os nossos corpos se fundem, tudo deixa de existir, apenas existo eu e tu, e o prazer que queremos dar um ao outro. Deitamos-nos e ali ficamos a jogar o jogo do prazer e a levar o outro à loucura. E como este é um jogo que os dois querem ganhar, mas nenhum quer que o outro perca, aproveitamos ao máximo, até que quando é para cruzar a meta o fazemos juntos.
Vestimos-nos, não vá aparecer alguém de repente, mas voltamos para o sofá e ficamos abraçados do mais um pouco. Dou-te um último beijo:"Agora vou deixar-te trabalhar" e vou embora.
Quando me deito na minha cama, fecho os olhos e ao inspirar sinto o teu cheiro na minha pele. Podemos não passar a noite juntos, mas eu trouxe um pedaço de ti.
E é assim, a sentir o teu cheiro e a relembrar os momentos que acabamos de passar juntos, que adormeço...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Encontro marcado



Hoje não quis combinar nada contigo. Não te perguntei a que horas nos encontrávamos, nem onde. Hoje decidi tudo sozinha e nem te dei hipótese de argumentar, até porque nem falei contigo. Apenas te enviei um bilhete com uma mensagem: " Hotel Lua Cheia, quarto 109, 23 horas. Estarei à tua espera!"
Sei que ao fazer as coisas desta maneira corro o risco de tu não apareceres, mas nada como um pouco de incerteza para tornar as coisas ainda mais desejáveis. E se bem te conheço não irás faltar a este encontro.
Eu fui mais cedo, espalhei velas por todo o quarto, acendi um incenso e depois foi-me preparar a mim própria.
Ligaram da recepção a avisar que vens a subir, como eu pedi. Eu sabia que vinhas!
Bates à porta, abro-a mas fico escondida atrás desta até tu entrares. Primeiro quero que vejas o quarto e imagines, me imagines. Quando a porta se fecha, viras-te e vês-me. Por cima do corpo apenas trago vestida uma langerie preta completamente transparente, que deixa ver através dela todo o meu corpo. Lanças-me um olhar lascivo de desejo. Vens direito a mim, começas a beijar-me com loucura, como se os meus lábios fossem uma fonte e tu um corpo a precisar urgentemente de água. Passo a mão pelas tuas calças e sinto que não há água nenhuma que apague este fogo. Começo a desapertar-te as calças, tiras a camisola e atiras-a para o chão, continuamos a beijarmo-nos desenfreadamente como se não pudéssemos desperdiçar tempo nenhum, nem para respirar. As tuas calças também já estam no chão. Sinto-te entre as minhas pernas e o facto de me manteres encostada à parede e de tuas mãos percorrerem todo o meu corpo está a deixar-me louca. Penetras-me, entrelaço minhas pernas à tua volta. Agarras meus cabelos, puxas minha cabeça para trás para me morderes o pescoço. Levas-me na direcção da cama, onde te sentas, mas eu empurro teus ombros e tu cais deitado, fico por cima de ti acariciando teu corpo, mas hoje queres ser tu a comandar e fazes-me rodar para baixo de ti. Ali ficamos, a jogar aquele jogo que tanto gostamos. Minhas mãos percorrem tuas costas e depois de saciarmos nossa sede um do outro, ali ficamos, deitados numa cama que não é nossa, abraçados, a conversar e a mimar o outro, até que esses mesmos mimos fazem com que adormeçamos.
Passamos a noite assim, nos braços um do outro, apenas cobertos por um fino lençol. Acordo, olho para ti mas não tenho coragem de te acordar e decido ir tomar um duche. Com o barulho da água a correr nem te senti levantar, e só dou por ti quando entras para baixo do chuveiro, me agarras e sussurras ao meu ouvido:" Vens tomar banho e não me convida? Eu posso ajudar-te!" E começas a esfregar-me as costas, mas rapidamente as tuas mãos fogem das minhas costas para todo o meu corpo. Puxas-me para ti e beijas-me. A temperatura da água mantém-se mas o ambiente está a escaldar. Desejamo-nos ali mesmo com a água a correr sobre nossos corpos. Saiu do duche, tu ainda lá ficas. Visto-me, agarro nas minhas coisas e vou embora. Não gosto de despedidas.
Em cima da cama deixo um papel: "Tem um bom dia. Beijo grande"
Não sei qual foi a tua reacção, mas sei que também não gostas de despedidas.
Se tivéssemos uma relação normal, receberíamos ou enviaríamos mensagens do género: "adorei a noite que passamos juntos". Mas como o que nós temos nem é normal nem é uma relação, a mensagem que eu recebo é: "Temos que repetir! ;)"