segunda-feira, 28 de abril de 2008

E eu que queria estar sozinha...


Já é tarde, estou farta de estar em casa sozinha sem fazer nada. Vou apanhar ar, ver o mar. Ao sair de casa toca o telemóvel.
-Olá! Tudo bem?
-Tudo.
-Estás sozinha?
-Sim.
-E onde estás?
-Estou a sair de casa. Vou espairecer um pouco.
-Queres companhia?
-Deixa estar, fica para a próxima, já estou a sair de casa e não estou com muita paciência para esperar.
-Ok, então fica bem. Beijo.
-Beijo.
Entrei no carro e parti em direcção á praia. Quando lá cheguei parei o carro no mesmo sitio onde me levaste à algum tempo atrás. É que fiquei mesmo a gostar do local. Além de ter uma vista linda é um sitio calmo. Era mesmo disto que eu estava a precisar. Ainda por cima esta noite o céu estava completamente limpo, sem uma única nuvem e a temperatura está melhor que muitas noites de Agosto.
O telemóvel começa a tocar outra vez. A ideia que devia pelo menos ter tirado o som passa-me pela cabeça, mas agora já é tarde, quem quer que seja já interrompeu o meu sossego. Que estranho! Eras tu outra vez.
-Olá!- respondes tu do outro lado.
-Olá!- respondo eu desconfiada.- está tudo bem contigo?
-Está.
-Então e é impressão minha ou nós já tínhamos falado hoje?
-Não é impressão tua.
-Então se não é impressão minha deves ter alguma coisa para me dizer para me ligares duas vezes na mesma noite.
-Por acaso até tenho algo para te dizer, mas gostava do dizer pessoalmente.
-Pois mas vai ser complicado. Como eu te disse á pouco eu estava a sair de casa...
-E estás à espera de alguém?
Começo a achar isto muito estranho, muito estranho mesmo.
-Não, não estou à espera de ninguém.
-Então olha para trás.
Lá ao fundo estava um carro a fazer-me sinais de luzes. Eu tinha-o visto chegar, mas pensava que era um casal de namorados ou amantes que também gostassem deste sitio para estarem sozinhos. Nem liguei.
-És tu?
-Sim.
-Como me descobriste aqui?
-Quando te liguei à pouco estava ao pé da tua porta. Como disseste que ias espairecer e que não querias companhia porque não querias esperar por mim decidi seguir-te. Como vieste para ai calcule que fosse mesmo verdade o que me disseste, mas como não tinha a certeza esperei para ver se estavas à espera de alguém. Como não apareceu ninguém liguei-te.
-Então e tiveste este trabalho todo para agora estares só a falar comigo ao telemóvel? Ou vais vir ter comigo? Afinal não tinhas uma coisa para me contar? -Digo eu já a pôr-me contigo.
Desligas a chamada e de seguida vejo o carro a aproximar-se. Estacionas mesmo ao meu lado. Dás a volta ao carro e vens abrir a minha porta como um verdadeiro cavalheiro.
E ainda estendes a tua mão para me ajudar a sair. Mas mal fecho a porta o cavalheiro dá lugar a um homem muito atrevido, pois começas logo a beijar-me. E só depois de daquele beijo ardente que só terminou quando ficamos sem folgo, é que eu te pude perguntar o que tinhas para me dizer. Ao que tu respondes que apenas querias a minha companhia.
Não resisti a pôr-me novamente contigo. -Companhia de uma amiga? Andamos mal...
-Não era a companhia de uma amiga qualquer. Era da companhia desta amiga!
-Safaste-te bem! -respondi com um sorriso rasgado.
-Eu sei que a vista daqui é linda, mas e se fossemos caminhar um pouco até lá a baixo? -propões tu.
E assim fizemos. Descemos, começamos a caminhar na areia, fomos conversando e brincando um com o outro. E claro como não resistimos, também nos fomos beijando muito.
A praia estava deserta. Apenas se via umas lanternas lá bem ao fundo de uns pescadores que estavam a tentar ter sorte.
Andamos mais, conversamos mais, brincamos mais e claro beijamos-nos ainda mais. Até que com tantos beijos a conversa já não existia os passos que dávamos já não nos faziam avançar e a brincadeira de amigos transformou-se em outra brincadeira.
Fizeste-me cair na areia e debruçaste-te sobre mim. Com aquele olhar de malandro que eu já te conheço, sorriste para mim, beijaste-me e começaste a desapertar a minhas calças. Passado pouco tempo já nós os dois estávamos completamente incontroláveis, pois nossos corpos assumiram o controle da situação e à nossa mente apenas coube a tarefa de usufruir ao máximo daquele prazer que tínhamos estado a controlar desde que nos beijamos à porta do carro. Depois de saciado o prazer ficamos a olhar um para o outro e a comparar qual de nós dois teria mais areia no corpo. Até que eu disse que tinha de ir para casa para tomar banho e tirar aquela areia toda de cima de mim. Ao que tu também concordaste. Vestimos-nos e fomos cada um para seu carro. Quando estava a por a chave na porta vejo-te a aproximar.
-Não tinhas concordado comigo que tínhamos de ir para casa para tirarmos esta areia todo do corpo?
-Sim eu concordei contigo quando tu disseste que tinhas de vir para casa tomar banho para tirar esta areia toda. Mas não disse que ia para minha casa. E como a areia é tanta calculei que precisasses de ajuda.- dizes tu com grande descaramento e com um sorriso que fala por ti.
Escusado será dizer que fomos directos para o duche. Quando entramos debaixo de água ainda nos concentramos em tirar a areia, mas por breves segundos. É que mal nossas roupas caíram no chão o nosso desejo começou a subir. E com o corpo um do outro ali à nossa frente não conseguimos resistir. Afinal também nunca foi essa a nossa intenção. E a areia foi apenas mais uma desculpa. Minhas mãos percorriam agora cada centímetro do teu corpo. Com uma mão seguravas-me a nuca e beijavas meus lábios, meus pescoço, meus seios, a outra passeava descaradamente entre minha coxa e meu sexo. E o efeito da água a cair sobre nossos corpos, só fazia aumentar ainda mais o nosso desejo. Encostaste-me à parede e deixei de sentir uma das tuas mãos, de seguida deixei de sentir a água a cair sobre nós. Mas não tive tempo de assimilar tanta informação pois quando dei por mim já me tinhas agarrado e levado para o quarto. Deitamos-nos sobre a cama e senti-te dentro de mim. Agora com menos areia e com mais privacidade, deliciamos-nos novamente com o prazer que conseguimos ter e proporcionar um ao outro e agora ainda com mais intensidade...