sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Canela...


Acordo a sentir um leve aroma a canela. Quando abro os olhos vejo que o meu quarto está iluminado com as vejas que tenho espalhadas. Mas eu não acendi as velas! De repente começo a lembrar-me e nessa altura procuro-te. Estás num canto do quarto sentado no puf. Sento-me na cama e fico a olhar para ti. Depois de ficarmos assim durante algum tempo puxo o lençol para me tapar pois começo a sentir frio.
-Porque acendeste as velas?
-Porque gosto do ambiente que cria.
-E porque foste ai para o canto?
-Porque daqui podia contemplar melhor o teu corpo, que com o reflexo das velas parecia uma paisagem daquelas que dá vontade de estar sempre a olhar. Mas agora a vista aqui já não é tão boa.- dizes tu com um sorriso malicioso.
-Estou a ficar com frio.
-Então temos que resolver isso!- e começas a aproximar-te.
Vens cheio de más intenções. Nota-se na tua cara e no teu sorriso. Páras ao fundo da cama e começas a puxar pelo lençol. Depois de deixares meu corpo descoberto é que continuas a tua aproximação. Puxas-me para baixo e começas a beijar-me. Beijas minha barriga, meus seios, meu ombro, meu pescoço, dás uma dentadinha na minha orelha, até que nossos lábios se encontram e se fundem. Enquanto nossos lábios não conseguem se separar, nossas mãos pelo contrário não conseguem estar quietas e percorrem o corpo um do outro em busca de novas descobertas, novas reacções a novos toques. Puxo-te para mim mas tu foges, Quando vens para me penetrar eu empurro-te. E continuamos a nossa descoberta do corpo do outro até que nenhum de nós consegue continuar este jogo do gato e do rato e entregamos-nos à luxúria e quando te sinto dentro de mim inclino-me para trás. Beijas-me o pescoço e sussurras ao meu ouvido: "apanhei-te!"
Agora sussurro eu ao teu ouvido muito pausadamente: "Não digas a ninguém, mas eu fiz batota. Deixei-me apanhar!"
Mesmo agora, que já nos entregamos um ao outro, não conseguimos deixar-nos de jogos e continuamos a jogar com o prazer um do outro e vamos alterando entre ritmos mais acelarados e ritmos mais lentos para prolongarmos o prazer um do outro por mais tempo. Mas tu deixas-me louca e fazes-me perder o controlo do meu corpo, fico fora de mim, o prazer que sinto é tanto que não consigo abrandar. Vejo em teu rosto que também não te restam forças para resistir a este prazer. Chegamos juntos ao topo da montanha do prazer.
Ali ficamos, de frente um para o outro, a passar ao de leve o dedo pelo corpo e pelo rosto um do outro, no silêncio. Sabemos que tens de ir embora. Fecho os olhos.

Quando acordo tudo parece estar exactamente no mesmo sitio, as velas estam apagadas, o puf está vazio, não há sinais da tua presença. Inspiro profundamente na esperança de sentir o teu perfume, mas em vez disso sinto um leve aroma a canela.
Estiveste mesmo aqui? Ou é apenas a minha mente a pregar-me uma partida?

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