quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Noite de Outono


Nessa bela noite de Outono, em que nossas vidas não permitem que estejemos juntos, nossos corpos não querem colaborar. Eu já disse para mim mesma que não dá, mas meu corpo parece não querer intender, pois meus lábios ardem de tanto quererem os teus , querem que os beijes como só tu o fazes, querem aqueles beijos loucos, molhados, sofregos de desejo; a minha pele quer sentir a tua; minha mente está a tentar pregar-me partidas e se fecho os olhos por breves segundos, sinto teu cheiro, como se estivesses aqui a meu lado. E assim, já seria possível sentir todo o teu corpo em contacto com o meu.
Ainda bem que o que meu corpo me diz não pode ser ouvido por mais ninguém, pois ele está a gritar que quer que o beijes, que o toques, que o acaricies, que o agarres, que o leves a sentir aquele doce prazer. O que o meu corpo quer é levar-me á loucura, ou melhor, o que ele realmente quer é que tu me leves à loucura e obrigues minha boca a dizer:
-Possui-me, faz-me tua?
E ai, contigo dentro de mim, não dá mais para controlar o meu corpo, as minhas ideias. Se até aqui já é o que se vê, agora que nossos corpos se uniram, eu rendo-me! Vou deixar a consciência numa gaveta e aproveitar cada momento.
Nossos corpos parecem não nos pertencer, desejam-se com tal intensidade que se o céu caisse, se o chão desaparecesse eles não iriam notar tal é a força desse desejo.
Tua respiração ofegante ao meu ouvido, teus lábios no meu pescoço, tuas mãos a percurrerem todo o meu corpo, levam-me a dizer para não parares, para continuar esses movimentos loucos que me fazem morder-te o ombro para não gritar. Vi em teu rosto que também atingiste o máximo do prazer...
Nossos corpos continuam juntos, nossas bocas parecem não se quererem deixar, mas exaustos acabamos por nos deixar ficar, lado a lado apenas a apreciar o corpo um do outro.


Dizem que a imaginação é o limite, pois eu digo que a imaginação não tem limites.
Agora vou pôr a cabeça na almofada e ver se prendo um pouco a minha imaginação, para que ela me deixe dormir. Vou tentar pôr a imaginação na mesma gaveta onde agora fui buscar a consciência. Mas a imaginação parece ser mais rebelde e não fica lá com tanta facilidade, pelo menos não sem antes dar um pouco de luta...

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